Hoje, as praias da Costa da Caparica estão entre as mais populares do país, atraindo em particular veraneantes de toda a Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo depois de 1966, com a construção da Ponte 25 de Abril. A partir dos anos 60, a pressão urbana também acelerou, com as construções de segunda habitação a dispararem exponencialmente.
Os pescadores encontram-se na Fonte da Telha (no extremo Sul da Costa), dentro do núcleo urbano no Bairro dos Pescadores (bairro social) e alguns no Bairro do Campo da Bola – bairro social construído para realojar pessoas que habitavam na zona de construção do acesso da ponte 25 de Abril.
Erosão costeira e obras de defesa

Em 1959, na sequência do avanço do mar no ano anterior, foi construído o primeiro esporão de defesa da Costa da Caparica. Ao longo dos anos seguintes foi sendo instalado um campo de esporões, para defender o núcleo urbano em expansão, grande parte do qual estava a ser construído junto às dunas. Mais dois esporões e um paredão de protecção foram construídos em 1962 e 1963, mas ainda assim no ano seguinte o mar voltou a galgar a frente urbana. No início dos anos 70 havia já 7 esporões e um paredão de 2,5 km, mesmo em frente da vila.
Os anos 2000 trouxeram Invernos mais críticos e novos episódios de avanço do mar, que evidenciaram a fragilidade da situação na Costa da Caparica. Em 2003 e 2009, o mar avançou e destruiu boa parte de um parque de campismo em São João da Caparica, no extremo Norte do paredão e da frente urbana de praias. Os Invernos de 2007 e 2008 revelaram-se também particularmente agressivos na Caparica, com a destruição pelo mar de bares e restaurantes.
A frente urbana da Costa, para além do paredão e das dunas artificiais construídas no â
mbito do Polis, tem sido alvo de enchimentos artificiais em 2007, 2008 e 2009 pelo INAG. Embora estivessem previstos mais enchimentos em 2010, o INAG considerou que não eram necessários por “existir areia no sistema” e por se considerar que este estava a recuperar bem. No entanto, em 2011, já é visível que alguns concessionários da frente urbana ficaram sem areal, mas já foi anunciado que também este ano não haverá reenchimentos.
Nesta zona de intervenção, é o programa de requalificação Polis que determina os planos de praia (POOC Sintra-Sado). O Polis pressupõe um reordenamento do território, com a relocalização dos parques de campismo da zona Sul (Praia da Saúde) para mais longe da praia (PP5), o recuo dos parques a Norte e a demolição dos palheiros da Praia da Saúde. Estas decisões têm sido contestadas pelas associações que gerem os parques e pelos proprietários das casas.
Fora desta zona de intervenção mas dentro da nossa zona de estudo está a Fonte da Telha, uma mistura de habitações de pescadores e de segunda habitação, que foi alvo de demolições no final dos anos 80 e para a qual a Câmara de Almada está a elaborar um plano de reconversão, com financiamento comunitário.